papel de parede

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Na onda de San Valentín

Hoje eu acordei na capital do Brasil e achei que estava nos Estados Unidos. Todas as minhas timelines (sim, eu tenho muitas redes sociais) estavam lotadas de declarações amor.

Depois de constatar que eu ainda estava em terras tupiniquins e que eram brazucas aqueles que não paravam de postar mensagens de Valentine's day cheguei a uma conclusão: era a única pessoa que não sabia que agora comemoramos o dia dos namorados duas vezes ao ano.

Eu fico impressionada com a força do Tio San. Não fossem os filmes hollywoodianos provavelmente ninguém lembraria desse dia dedicado a San Valentín, morto há 1742 anos por ordem do imperador romano Cláudio II.

Não quero acabar com o romantismo do dia. Jamais. Nem poderia. O santo do dia morreu por amor! Calma. Também não quero ser acusada de heresia por afirmar que um sacerdote vivia um romance.

San Valentín foi morto por celebrar o amor. É que naquela época o Carlão, dono do pedaço, resolveu que os jovens não podiam casar. Era tempo de guerra e os soldados deveriam estar livres e desimpedidos para lutar pela magnífica Roma.

Valentín, que naquela época não era santo, casava os casais apaixonados escondido, garantindo o direito daqueles que queriam viver o "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a GUERRA nos separe". Até que descobriram o casamenteiro, ficaram bem irritados e o resto da história eu não preciso contar.

Curioso é nos dias de hoje, onde os casamentos parecem ser descartáveis, ver uma infinidade de gente comemorando o amor propagado por um homem que foi contra os poderosos para que os pobres e indefesos pudessem casar.

Foi bem gostosa essa vibe "love is in the air". Podíamos aproveitar o embalo e repensar os relacionamentos de hoje em dia, né? Afinal, depois da morte de San Valentín, e recentemente do Wando, sobraram poucos românticos para pregar que um amor de verdade vale a pena.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Da síndrome de concurseiro

E no domingo Brasília parou. Às 7h da matina e às 14h tinha trânsito para onde quer que se andasse. Não, dessa vez não foi a chuva, nem muito menos um acidente, que engarrafou a capital. Foram as centenas de carros que tentavam chegar a centros de ensino para o concurso do TSE.

É impressionante a força da cultura concurseira que existe nessa cidade. Foi-se o tempo em que se escolhia o curso universitário pela profissão que se sonhava ter. Não se pensa mais na vocação, nem nas matérias que se tem afinidade. Escolhe-se a faculdade que vai permitir um conhecimento prévio dos diversos tipos de direitos exigidos nas provas em geral. A preparação para ingressar no serviço público virou curso superior.

A promessa de estabilidade e de uma aposentadoria com um mínimo de dignidade é tentadora. Não é de se admirar que uma imensidão de pessoas se dirijam igual boiada para fazer uma prova, muitas vezes sem saber direito em que vai trabalhar depois.

Sim, eu já fiz concurso. Entrei na massa, seguindo o comportamento da maioria.E depois da prova eu chorei. Foi desesperador pensar em definir minha vida tendo arriscado tão pouco.

Eu nunca gostei de me acomodar. De achar que está bom do jeito que está. Sempre gostei de desafios, SONHOS e prazeres. O que vale mais: ganhar muito dinheiro em um trabalho tranquilo e seguro, mas que te deixa infeliz, ou ralar desesperadamente, por um salário nem sempre compensador, mas chegar em casa todo dia cheia de ideias e querendo fazer mais?

Não estou dizendo que todo trabalho no setor público é fácil. Jamais afirmaria isso com os exemplos de servidores que tenho. São pessoas que ralam, e MUITO, em diversos órgãos desse Brasil. Mas infelizmente são poucos os que tem a sorte de passar em um concurso de uma área que amam e podem sentir prazer naquilo que fazem.

Não estou aqui querendo criticar aqueles que escolheram esse destino. Se você me disser que seu sonho é trabalhar em determinado órgão eu digo "se joga e faz essa prova com toda sua garra porque isso é o que você QUER e não o que o te convenceram a querer".

O que estou querendo dizer é que esse não é o único caminho. E nem me venha com a desculpa de que Brasília tem a sede de todos os poderes e é natural esse tipo de comportamento.

A Capital do País é também, e desde sua origem, uma cidade de realização de sonhos. Um lugar de pessoas que ousam ousar. Que se arriscam. Que empreendem. Ou você acha que foi fácil construir uma Brasília em três anos?

Eu não acredito que aqueles que se atreveram a vir para o planalto central, enfrentar um cerrado ainda desconhecido e construir uma história nova não transferiram para o DNA de seus filhos e netos o gene do "tentar o novo". Onde estão os descendentes daqueles que criaram isso aqui? Eles não deveriam estar criando também?

Com um pouquinho de atenção consegue-se achar uma infinidade de oportunidades que essa cidade oferece. Basta tirar os olhos das leis e seus artigos, pensar em algo que você adora fazer e transformar isso no seu futuro promissor.

E se for mesmo o seu desejo estudar para um concurso que seja o que te oferecerá o emprego dos seus sonhos, que vai te satisfazer profissionalmente e pelo qual vai valer a pena sentar a bunda em uma cadeira e se dedicar. Só vale lembrar, mais uma vez, que as portas estão abertas e existem, sim, outras saídas.

Ah, só para constar, não estou dizendo que dessa água eu não beberei. Só estou decidindo me dedicar a um concurso que desperte em mim vontades e empolgações.